(Enem 2023) Considerando a realidade brasileira, os textos se aproximam ao apresentarem uma reflexão sobre o(a)
Questões de Humanas no Enem 2023
66. (Enem 2023) Museu São Paulo
TEXTO I
Como é horrível ver um filho comer e perguntar: “Tem mais?” Esta palavra “tem mais” fica oscilando dentro do cérebro de uma mãe que olha as panela e não tem mais.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Atica. 2014.
TEXTO II
A experiência de ver os filhos com fome na década de 1950, descrita por Carolina, é vivida no Brasil de 2021 por uma moradora de Petrolândia, em Pernambuco. “Eu trabalhava de ajudante de cabeleireira, mas a moça que tinha o salão fechou.
Eu vinha me sustentando com o auxílio que tinha, mas agora eu não fui contemplada. Às vezes as pessoas me ajudam com alimentos para os meus filhos. De vez em quando, eu acho algum bico para fazer, mas é muito raro. Tem dias que não tenho nem o leite da minha bebê.”
CARRANÇA, T. “Até o feijão nos esqueceu”: o livro de 1960 que poderia ter sido escrito nas favelas de 2021 Disponível em: www.bbc.com. Acesso em 6 out. 2021 (adaptado).
Considerando a realidade brasileira, os textos se aproximam ao apresentarem uma reflexão sobre o(a)
- recorrência da miséria.
- planejamento da saúde.
- superação da escassez.
- constância da economia.
- romanização da carência.
Resposta: A
Resolução: Os textos I e II apresentam reflexões que evidenciam a recorrência da miséria e da pobreza no contexto brasileiro, em décadas diferentes. Ambos descrevem situações em que famílias enfrentam dificuldades relacionadas à alimentação, passando por momentos de escassez e privações.
O Texto I é um trecho do livro "Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada", escrito por Carolina Maria de Jesus, retratando as dificuldades enfrentadas por ela e sua família na década de 1950 em São Paulo. O Texto II traz um relato de uma moradora de Petrolândia, Pernambuco, no ano de 2021, descrevendo desafios semelhantes em relação à alimentação e à sobrevivência.
Ambos os textos ilustram a persistência da pobreza e da escassez em diferentes épocas no Brasil, evidenciando a continuidade das dificuldades enfrentadas por famílias em situações de vulnerabilidade socioeconômica, especialmente no que diz respeito à alimentação e à sobrevivência de seus filhos.