O verso “É tempo de formar novos quilombos” é um exemplo de
Questões de Conhecimentos Gerais na Fuvest
24. TEXTO PARA AS QUESTÕES 24 E 25
Tempo de nos aquilombar
É tempo de caminhar em fingido silêncio,
e buscar o momento certo no grito,
aparentar fechar um olho evitando o cisco
e abrir escancaradamente o outro.
É tempo de fazer os ouvidos moucos
para os vazios lero-leros,
e cuidar dos passos assuntando as vias,
ir se vigiando atento, que o buraco é fundo.
É tempo de ninguém se soltar de ninguém,
mas olhar fundo na palma aberta
a alma de quem lhe oferece o gesto.
O laçar de mãos não pode ser algemas,
e sim acertada tática, necessário esquema.
É tempo de formar novos quilombos,
em qualquer lugar que estejamos
e que venham dias futuros, salve 2020
A mística quilombola persiste afirmando:
“a liberdade é uma luta constante”.
Conceição Evaristo. Jornal O Globo, 31/12/2019
25. (Fuvest 2024) O verso “É tempo de formar novos quilombos” é um exemplo de
- paradoxo, na medida em que propõe retomar o passado num contexto atual.
- metonímia, já que os quilombos fazem parte de um novo contexto cultural, sem relação com o passado.
- metáfora, representando uma união coletiva como forma de resistência social.
- antítese, ao relacionar a noção de tempo passado a uma nova configuração de futuro.
- hipérbole, apresentando o termo “quilombos” no plural para indicar o grau de difusão do movimento.
Resposta: C
Resolução: Nesse contexto, o termo "quilombos" é utilizado metaforicamente para representar espaços de resistência e união coletiva diante das adversidades sociais. Não se refere literalmente à formação de comunidades semelhantes aos quilombos históricos, mas sim à ideia de buscar e construir coletivamente espaços de liberdade e resistência.