criação, ou invenção, do Novo Mundo, a partir do século XV, na esteira da colonização, criou um padrão de poder e de uma nova intersubjetividade mundial
Questões de Conhecimentos Gerais na UEL
54. (UEL 2024) Analise a imagem a seguir.
A criação, ou invenção, do Novo Mundo, a partir do século XV, na esteira da colonização, criou um padrão de poder e de uma nova intersubjetividade mundial.
Com base na imagem e na noção de colonialidade do poder e criação da modernidade de Aníbal Quijano, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
( ) Modernidade e racionalidade foram imaginadas pelos colonizadores como experiência e produto exclusivamente europeus, enquanto povos originários da América foram despojados de sua herança intelectual objetivada.
( ) A modernidade é fruto da ocupação da América e da criação do Novo Mundo, cujas regiões e povos passaram pelo desenvolvimento capitalista e suplantaram ideias de raças que antes organizavam essa vida social.
( ) A distribuição racial do trabalho como fonte de produção de riquezas e de acumulação era prática social corrente entre os povos originários, lógica essa desafiada pela noção de modernidade implantada pelos colonizadores.
( ) O controle material dos territórios dominados pelos colonizadores deixou intocado o controle da cultura e da produção do conhecimento dos povos originários, o que propiciou a pujança da modernidade ocidental.
( ) Na composição, com o recurso da colagem, o artista contemporâneo atualiza a percepção sobre a noção de domínio por meio de dispositivos de poder, convertendo o viés estabelecido na relação entre colonizador e colonizado. Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
- V, F, F, F, V
- V, F, V, F, F
- V, V, F, V, F
- F, F, F, V, V
- F, V, F, F, V
Resposta: A
Resolução: I. Verdadeira. Aníbal Quijano argumenta que a “colonialidade do poder” é fundamental na formação da modernidade, moldando uma visão que favorece o Ocidente. Esse processo vincula a modernidade à colonização, estabelecendo uma hierarquia racial e cultural que coloca o Ocidente como superior e progressivo, e o “outro” como primitivo e inferior. A racionalidade moderna, nessa visão, torna-se uma ferramenta de dominação que justifica o controle e a exploração de culturas não ocidentais. Assim, a modernidade é percebida não como um fenômeno universal, mas como um produto de relações de poder coloniais que perpetuam desigualdades e exclusões globais.
II. Falsa. Aníbal Quijano, ao tratar da colonialidade do poder, sustenta como a colonização inventou as ideias de raça.
III. Falsa. Aníbal Quijano, ao tratar da colonialidade do poder, sustenta como a colonização inventou as ideias de raça e com ela institui uma distribuição racista do trabalho.
IV. Falsa. Para Aníbal Quijano, a colonização da América significou o controle material, simbólico e intersubjetivo dos territórios e dos povos dominados.
V. Verdadeira. Baniwa se vale de uma imagem produzida por Debret, artista que veio ao Brasil no contexto da chamada Missão Artística Francesa (1816), que consistiu na chegada de artistas franceses ao país com o intuito de desenvolver a formação artística no século XIX. Por questões políticas, atendendo aos interesses da burguesia, a efetivação do projeto encaminhou-se para a chamada Academia Imperial de Belas Artes (1826). Denilson Baniwa interfere na imagem produzida por Debret (carregada de impressões e distorções, fruto de sua formação, mas, também, de uma concepção que em partes, desvalorizava o que via), que mantém o indígena numa determinada esfera de ação. Na proposição do artista contemporâneo, os indígenas da imagem, através do uso das tecnologias, manifestam suas estratégias de resistência (ao longo do tempo) e se colocam de modo afirmativo em relação às instituições de poder.