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06. (Enem 2011) Estrada

Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,

Interessa mais que uma avenida urbana.

Nas cidades todas as pessoas se parecem.

Todo mundo é igual.

Todo mundo é toda a gente.

Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.

Cada criatura é única.

Até os cães.

Estes cães da roça parecem homens de negócios:

Andam sempre preocupados.

E quanta gente vem e vai.

E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:

Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um

bodezinho manhoso.

Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz dos símbolos,

Que a vida passa! Que a vida passa!

E que a mocidade vai acabar.

(BANDEIRA, M. K. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967)

A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de elementos do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para:

  1. o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela sua nostalgia com relação à cidade.
  2. a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da vida rural.
  3. a opção do eu lírico pelo espaço bucólico como possibilidade de meditação sobre a sua juventude.
  4. a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança.
  5. a profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da morte.

Resposta: B

Resolução: No poema "Estrada" de Manuel Bandeira, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da vida rural. O poema descreve a vida simples e cotidiana na estrada onde o poeta mora, e como ela é mais rica e significativa do que a vida urbana, onde todas as pessoas se parecem e tudo é igual. O poema também destaca a individualidade das pessoas e dos animais, e como os elementos da natureza, como o murmúrio da água, sugerem a passagem do tempo e o fim da juventude.