Ora, Ora

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Contudo a Agatha Edu se mantém essencialmente com a renda gerada por anúncios, desativa aí rapidinho, parça. 😀

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10. (Enem PPL 2012) — É o diabo!... praguejava entre dentes o brutalhão, enquanto atravessava o corredor ao lado do Conselheiro, enfiando às pressas o seu inseparável sobretudo de casimira alvadia. — É o diabo! Esta menina já devia ter casado!

— Disso sei eu... balbuciou o outro. — E não é por falta de esforços de minha parte; creia!

— Diabo! Faz lástima que um organismo tão rico e tão bom para procriar, se sacrifique desse modo! Enfim — ainda não é tarde; mas, se ela não se casar quanto antes — hum... hum!... Não respondo pelo resto!

— Então o Doutor acha que...?

Lobão inflamou-se: Oh! o Conselheiro não podia imaginar o que eram aqueles temperamentozinhos impressionáveis!... eram terríveis, eram violentos, quando alguém tentava contrariá-los! Não pediam — exigiam — reclamavam!

(AZEVEDO, A. O homem. Belo Horizonte: UFMG, 2003)

O romance O homem, de Aluísio Azevedo, insere-se no contexto do Naturalismo, marcado pela visão do cientificismo. No fragmento, essa concepção aplicada à mulher define-se por uma:

  1. conivência com relação à rejeição feminina de assumir um casamento arranjado pelo pai.
  2. submissão da personagem feminina a um processo que a infantiliza e limita intelectualmente.
  3. caracterização da personagem feminina como um estereótipo da mulher sensual e misteriosa.
  4. convicção de que a mulher é um organismo frágil e condicionado por seu ciclo reprodutivo.
  5. incapacidade de resistir às pressões socialmente impostas, representadas pelo pai e pelo médico.

Resposta: D

Resolução: O fragmento acima está retirado do romance "O homem", escrito por Aluísio Azevedo. O trecho mostra uma conversa entre dois personagens, onde um deles, chamado Lobão, está expressando sua frustração com uma jovem que não se casou e está desperdiçando seu potencial reprodutivo. O outro personagem, o Conselheiro, também parece concordar com essa visão. Esse trecho ilustra a concepção do Naturalismo, que vê a mulher como um organismo frágil e condicionado por seu ciclo reprodutivo.