(UNESP) Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.
08. (UNESP) Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(Poemas escolhidos, 2010.)
A figura de linguagem mais recorrente nesse soneto é
- a hipérbole.
- a ironia.
- o eufemismo.
- a sinestesia.
- a antítese.
Resposta: E
Resolução: Sim, a figura de linguagem mais recorrente nesse soneto é a antítese. A antítese é uma figura de linguagem que consiste na oposição ou contraste entre duas ideias, geralmente colocadas lado a lado para criar um efeito de tensão ou paradoxo. No soneto, a antítese é evidente nas pares de opostos presentes em cada verso: "Nasce o Sol, e não dura mais que um dia" (luz e escuridão); "Depois da Luz se segue a noite escura" (luz e escuridão); "Em tristes sombras morre a formosura" (beleza e tristeza); "Em contínuas tristezas a alegria" (alegria e tristeza). Esses pares de opostos são usados pelo poeta para refletir sobre a natureza efêmera da vida e da beleza, criando um efeito de tensão e paradoxo. A antítese é um recurso muito utilizado na poesia para criar ritmo e dar ênfase às ideias expressas.