(ESPM) O leitor, que sem dúvida sabe muito bem de quanto eram nossos pais crentes, devotos e tementes a Deus, se admirará talvez de ler que houve razões policiais para a extinção de um oratório.
01. (ESPM) O leitor, que sem dúvida sabe muito bem de quanto eram nossos pais crentes, devotos e tementes a Deus, se admirará talvez de ler que houve razões policiais para a extinção de um oratório. Entretanto é isso uma verdade, e se fosse ainda vivo o nosso amigo Vidigal, de quem já tivemos ocasião de falar em alguns capítulos desta historieta, poderia dizer quanto garoto pilhou em flagrante delito, ali mesmo aos pés do oratório, ajoelhado, contrito e beato.
(Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida)
A metalinguagem, função de linguagem predominante no fragmento acima, não aparece em:
- Ele recebeu com o batismo o nome do santo, cujo era o dia; e o do rei, a quem ia servir, e sobre os dois o seu, na língua dos novos irmãos. Sua fama cresceu, e ainda hoje é o orgulho da terra, onde ele viu a luz primeiro.
(Iracema, de José de Alencar) - E vejam agora com que destreza, com que arte faço eu a maior transição deste livro. Vejam: o meu delírio começou em presença de Virgília; Virgília foi o meu grão pecado da juventude; não há juventude sem meninice; meninice supõe nascimento; e eis aqui como chegamos nós, sem esforço, ao dia 20 de outubro de 1805, em que nasci. Viram?
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis) - Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo, esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
(“Procura da Poesia”, de Carlos Drummond de Andrade) - O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
(“Autopsicografia”, de Fernando Pessoa) - Eu faço versos como quem chora
De desalento… de desencanto…
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
(Manuel Bandeira)
Resposta: A
Resolução: A opção correta é a A, pois não há nenhum exemplo de metalinguagem no trecho apresentado. A metalinguagem é a função da linguagem que se refere à própria linguagem, ou seja, que fala sobre o próprio sistema de comunicação utilizado. Alguns exemplos de metalinguagem são: uso de aspas para citar palavras ou expressões, uso de termos específicos da gramática para se referir a aspectos da linguagem, uso de palavras como "metáfora" ou "símile" para se referir a figuras de linguagem, entre outros. No trecho apresentado, não há nenhum desses exemplos de metalinguagem.