(UEL) Sobre violência e criminalidade no Brasil, assinale a alternativa correta
07. (UEL) Texto II
O desenvolvimento da civilização e de seus modos de produção fez aumentar o poder bélico entre os homens, generalizando no planeta a atitude de permanente violência. No mundo contemporâneo, a formação dos Estados nacionais fez dos exércitos instituições de defesa de fronteiras e fator estratégico de permanente disputa entre nações. Nos armamentos militares se concentra o grande potencial de destruição da humanidade. Cada Estado, em nome da autodefesa e dos interesses do cidadão comum, desenvolve mecanismos de controle cada vez mais potentes e ostensivos. O uso da força pelo Estado transforma-se em recurso cotidianamente utilizado no combate à violência e à criminalidade.
(Adaptado de: COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 1997. p.283-285.)
Sobre violência e criminalidade no Brasil, assinale a alternativa correta.
- As políticas repressivas contra o crime organizado são suficientes para erradicar a violência e a insegurança nas cidades.
- As altas taxas de violência e de homicídios contra jovens em situação de pobreza têm sido revertidas com a eficácia do sistema prisional.
- As desigualdades e assimetrias nas relações sociais, a discriminação e o racismo são fatores que acentuam a violência no Brasil.
- A violência urbana contemporânea é resultado dos choques entre diferentes civilizações que se manifestam nas metrópoles brasileiras.
- O rigor punitivo das agências oficiais no combate à criminalidade impede o surgimento de justiceiros e milícias.
Resposta: C
Resolução: Correta, pois, a despeito das políticas públicas de combate à pobreza e de inclusão social existentes atualmente no Brasil, bem como da Constituição Federal de 1988 que amplia e assegura direitos aos cidadãos brasileiros, as relações sociais no país são marcadas pelas persistentes desigualdades, assimetrias e clivagens não somente entre classes, mas também entre grupos socioculturais diversos.
Fatores como renda, origem, local de moradia, gênero, etnia, escolaridade, religião, cor da pele, entre outros, acentuam a violência no cotidiano da vida social da população brasileira.
Não é raro que mulheres, minorias, cidadãos pobres, negros, imigrantes e moradores das periferias das grandes cidades sejam considerados e percebidos como potenciais perturbadores da ordem social e, portanto, vítimas da violência tanto no espaço público quanto no privado. Isso revela traços institucionais do autoritarismo-conservador ainda presente no país e a intolerância pelas diferenças e diversidades.